Boba da corte
De repente, ou assim me parece, vejo-me sendo a Boba de um circo de horror:
Ria!
Gargalhe!
Enlouqueça!
Gire! Gire! Pire!
Cuspa algo com graça!
Caia!
Vamos, sua palhaça!
Faça-nos rir!
Precisamos nos divertir!
AGORA SURTE!
Grite histórias!
Pinte a LOUCURA nos muros!
Quebre as gaiolas de tortura!
E por hora, vá embora!
Dou piruetas e desapareço.
Amanha, um recomeço.
Tiro a máscara
E não reconheço
o rosto no espelho.
Parto-me
E parto
Para o circo do cotidiano
Outra vez.