OS LIVROS

OS LIVROS

Retiro dos livros,

o que deles exalam de fluidos morais,

quando os leio,

em íntimos instantes de deleite

reflexivo; visto que,

a melhor leitura é a que edifica

a essência pouco a pouco,

ainda que se estagne, mas após,

deve-se seguir em frente,

depurando-se,

pela vereda evolutiva.

Antes, lia mais os livros

(era um jovem literato sonhador,

e até hoje ainda o sou, porém,

mais maduro, mais consciente

da realidade existencial pela

renovada compreensão espiritual);

quando aprendia a escrever

timidamente os primeiros rabiscos

poéticos ou prosaicos, me sentindo

mais leitor do que escritor,

devorando de início, o rigor métrico

das páginas parnasianas,

até chegar na leitura livre

e desprendida das páginas modernistas.

Hoje, os leio menos (não porque deixei

de gostar de lê-los), mas porque

aprendi a escrever e tive que dividir

o tempo entre a leitura e a escrita;

entre o tempo que crio para formar

os textos avulsos, e o que leio de criativo

nos textos criados por escritores,

filósofos, jornalistas, etc, impressos

em livros, revistas, jornais,

ou nos sites e páginas pela internet.

Jamais, contudo, lerei tudo

e escreverei tudo numa só existência,

porque a vida do espírito

é uma sequência de encarnações,

e, em cada uma delas ele aprende

um pouco: falando, lendo, escrevendo,

meditando, silenciando, ouvindo,

retendo os bons ensinos e semeando-os

com amor aos irmãos que lhe cercam,

almejando também aprenderem

os ensinos que lhes possam edificar.

Ocorre que, conforme o tempo passa,

aumenta, de modo espontâneo,

o meu amor pelos livros, pelas letras,

pela palavra, pela fala, pela escrita;

conforme os leio, aumenta o meu amor

pelas coisas que me são reveladas

neles, justamente pelo valor moral

da palavra renovada, ampliando

o meu conhecimento intelectual,

além do prazer de exercer

a singular arte de escrever.

Sei, enfim, que nos livros,

no meu caso, os que me dedico

à leitura com mais frequência,

aprendo sempre um pouco mais

com os mestres espirituais que,

por sua vez, me intuem a escrever

sobre o que o meu espírito precisa

para evoluir com sabedoria

e elevação moral.

Como diria o grande escritor

argentino, Jorge Luis Borges:

" O livro é a grande memória

dos séculos... Se os livros desaparecessem,

desapareceria a história e,

seguramente, o homem. "

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 05/12/2017
Reeditado em 11/01/2021
Código do texto: T6191159
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.