D E S C O N S T R U I R.
Porque assim e não desse outro jeito? Porque não desconstruir o Vermelho? Só porque ele sempre foi vermelho não significa que não pode ser Violeta. É só: D E S C O N S T R U I R. Eu e essa mania boba de enxergar, ou tentar enxergar todos os ângulos possíveis das coisas. Sinto-me especial por pensar assim, por imaginar as nuvens se solidificando e os prédios derretendo e portais em todos os lugares, mas, ao conversar com amigos e pessoas, vejo que não sou o único a pensar assim, porém, tento escapar dessa narrativa e chegar a algum lugar que não me leve para o mesmo caminho que se deve ir, o caminho que todos vão, e começo a desconstruir, e percebo que posso desconstruir o meu pensar, o pensar daquela pessoa e quem sabe o futuro pensar, que se desdobra num infinito de subjetividade da minha cabeça, e encontrando a resposta da “semelhança entre um corvo e uma escrivaninha”. Mas, porque essa vontade de ter que “mudar” tudo? Não é mais simples ver o quadrado com seus “quatro” lados num papel? A desconstrução não está apenas nas formas e maneiras de pensar, está inserida na vivência também, porque uma pessoa, com todas as suas facetas, pode e deve ser desconstruída, e ainda bem que isso pode acontecer... A desconstrução do ser acontece sem ele nem mesmo notar. Quem nunca sentiu aquela vontade de mudar o corte de cabelo, comprar uma nova cor de roupa, usar outro tipo de perfume... Seria isso desconstrução ou uma simples mudança? Não sei, pois acredito que isso é um longo processo, e que pode ser interrompido e travar... Mas quando não trava, é lindo! Não vou usar a metáfora da lagarta virando a borboleta, porque isso é transformação, mas a desconstrução é diferente, porque ela ocorre a cada segundo, a cada instante, e não termina, até mesmo após a morte ela continua a se desconstruir... Não é um ciclo, não são estágios, não é um processo... Apenas é.