O Vento
Uma leve e fina camada de vento passa sobre minha pele.
Olho para horizonte e consigo ver montanhas desenhadas pela luz negra da noite que chega até ser azul escuro.
Azul claro de dia, azul escuro de noite.
Sinto cheiro de jasmim, sinto cheiro de alguém perto de mim.
Tocou-me o ombro e pergunto-me o que sinto.
De novo passa uma camada leve e mais densa de vento sobre minha pele.
Sinto-me como se eu fosse um grão, como se eu fosse manipulado.
Será que nós também somos consumidos por alguém? Perguntou-me.
Respondi, somos consumidos pelo tempo, que nos passa, que nos ultrapassa.
O tempo manda cartas de envelhecimento todo aniversário.
Sinto-me feliz ao mesmo tempo que sinto-me um otário.
Sinto-me satisfeito e ao mesmo tempo cansado.
A arte de viver e conviver com o mundo e sua arte em tudo é absoluto.
Meu último trago de tudo isso significa um minuto para alguém.
Meu último gole significa uma filosofia para quem sabe filosofar.
Desenrolo as letras e escrevos sentimentos.
Coloco para fora o que me oprime.
Letras tortas, letras retas, letras restam.
Uma palavra mil significados, em cada coração, em cada imaginação.