Fragmentos de Memórias I
Estávamos ali onde devíamos estar e onde estaríamos para sempre. A música que preenchia nossos vazios preenchia também os bancos do carro e nossa vontade de estar no futuro a lembrar do passado e nós sorríamos e quase chorávamos e já estávamos com saudades de ser o que viríamos a ser e tudo era tão pueril que passava despercebido por nossa inquietude. Foram algumas noites na cidade que não dormita e que expele o odor grosseiro de ser uma pessoa comum no sol de meio-dia e na lua por trás das árvores. Foram algumas noites. Lembro delas agora. Eu nem queria estar ali e agora meu coração se agita calmamente a lembrar doces lembranças de quase carnaval. E era quase carnaval no meu coração.
Os amigos vêm e vão e os amigos ficam. Ficam também as músicas que me lembram que a saudade é boa e que eu sempre estive no futuro a lembrar do passado.