LEITURAS DO INFINITO

lendo livros como passatempo e viajando por outros mundos

contando histórias silenciosas

cavaleiros de tristes figuras e dragões

moinhos de vento e órfãos a ganhar em loterias

pastores a salvar a alma dos homens por dinheiro

quantos camponeses escaparam da cólera e dos exércitos?

talvez quem dera se falassem das princesas e torres

podiam ser os que falam dos índios e origens das estrelas

afastai-vos porém dos volumes de capa vermelha

das foices e martelos

dos relatos dos neoliberais e os sábios acadêmicos

che repousa na esquina do tempo

espreita a eternidade e as flores de portugal

mais vale um velho louco e falso profeta

enquanto marylin se envaidece como inspiração das jovens

num labirinto de mil formas se descortina a vida

onde cada lugar tem um espelho deformado

há poucas marcas nas paredes para apontar a direção

no entanto a vida se encarrega de ensinar a ler signos

na pele os alfabetos da dor e dos descaminhos

os olhos ensinam a enxergar de um ao outro a mentira

lemos marx e hayek

o dragão vermelho espia no horizonte sem palavras

mas o porco capitalista guincha nas asas das águias

assim nascem as lendas

quando se viaja por todas essas histórias inventadas

- a realidade é fantástica