Permito Que Leia-me.
Nuvem de angústia
Mar de solidão
Chão de desespero
Ar de frustração
Brisa de desorientação.
Sinto-me um pouco amargo
Sinto-me um tanto apavorado
Os ventos me avisam não nada há nada de errado
Não sou rei do tempo nem de mim
Sou rei da angústia que mora aqui.
Estou de frente a mim mesmo, beira à mar
Sinto-me como ele, hora bravo, hora devagar
Transmite uma sensação, transmite um mistério
Trás tristeza, leva alegria
Leva um tanto e trás um corpo sem alma.
O mundo não me explica
Um livro não me guia
A sabedoria não é minha amiga
Procuro não me afobar
Procuro um pote de desejos, e uma fatia de paz
Tenho nome, tenho data, tenho rótulo.
Permitirei que leia-me
Numa tela pinte-me
Numa folha em branco escreva-me
Só não me ponha numa prateleira
Pois sou alma, frágil, fina e rara.