Luxos e favelas
As horas penduradas nos ponteiros giram lentamente...
O dia vai passando em frente ao particular de cada ser.
É como folha em branco que se preenche de cores e tons,
ou que apenas se mantém branca na rotina.
A desigualdade social é imperiosa.
Cidades e contrariedades, luxos e favelas.
Há quadros nas galerias denotando milhões em valores;
e há artes maiores no caminhar, olhando o sol e sonhando amores,
a beira das avenidas.
Outdoors e propagandas, folhetos rasgados no chão.
A sociedade abriga humanos; humanos denigrem a sociedade criada.
São tantas paixões em meio ao caos.
Edifícios e casebres se erguendo.
Cada qual arquitetonicamente em sentimentos e vontades;
Como pessoas se erguendo e outras se demolindo.
A vida é um palco em cenas variadas,
com personagens reais, sem história concreta.
Tantas multidões e muitos desertos no meio delas.
Cactos armazenam água para os que têm
coragem de enfrentar os espinhos.
E há também quem tenha sorte de ser direcionado
ou instruído por alguma alma boa, a algum açude sobrevivente.
As horas continuam a girar contemplando luxos e favelas.
E luxos e favelas são tão comuns, dentro de corpos em sentimentos.