...e só porque você se lembrou de quem sou...
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... volto ante aos ocasos. Volto por ter sido quem. Por ser mais do que me pude. Volto.
Quando, em mim, todos os rompantes estiverem mortos; quanto eu puder subir ao monte e escrever o livro, haverei de ser quem sempre fui.
Dentro do que me habita há bichos perigosos e alguns domesticados. Há demônios e pequenos anjos. Há um universo paralelo que não pode ser capturado.
Dentro do que me habita há a linha que o horizonte firma e dá cores.
Sou silêncio.
Sou a hera que perdeu-se na era.
Sou-me, como és.
Não há criador nem criatura, há apenas o uníssono e estranhas maneiras de não dizer nada. De acreditar no falso, na imagem espelhada. Mas a boca não pode calar-se quando a palavra é decifrada. Quando criada, letra a letra, não pode ser esquecida nem escondida. Sempre volto pela palavra e por ela abri a guarda, mas não a revelei. Eu a esculpi novamente e a reinventei. Criei um caminho de curvas e só os de boa vontade conseguem chegar e, a estes, é digno o conhecimento dela.
Mas não, não me julgue. Condene-me apenas.