SER MINEIRO.
Das terras de onde venho,
Eu trago esmeraldas e prata,
Também incenso das matas,
Que é pra lhes presentear.
Lealdade, orgulho e respeito,
Marcas que carrego no peito,
Da gente simples e direita,
Dos filhos do meu lugar.
Fala mansa, engenhosa,
Bravura, astúcia e altivez,
Demonstra de forma carinhosa,
A meiguice de um povo cortês.
Para conhecer-nos primeiro,
Não precisa nada especial,
Um sorriso, jeito matreiro,
Tudo de maneira informal.
O modo astuto, a desconfiança,
É um legado, uma herança,
Recebidos ainda na infância,
Transmitidos pelos nossos pais.
Abrir os braços calmamente,
Para afagar o amigo ausente,
Faz parte da nossa gente,
Quando se aprende os “uais”.
São traços marcantes, presentes,
Olhar nos olhos, de frente,
Do desconhecido a um irmão.
É como um puma a espreitar,
Em noite escura sem luar,
Sua presa com atenção.
É nas montanhas mineiras,
Ricas em ouro e diamantes,
Que sentimos todos iguais,
Porque este coração gigante,
Encravado no continente,
Retrata a alma da gente,
Das terras de Minas Gerais.