O Matuto e o Poeta
Prosa Poética O matuto e o Moço
Seu moço... Queria muito intende e sabê.
O que, u tar pueta, cunversa quas estrelas...!
Eu acho que os puetas é uns homi, mei piner, da cabeça.
O sinho num acha, us pueta, malucado tumbém...?
Oh meu amigo...! Senhor dos campos e das roças...!
Cabeça de poeta é como, um lenço branco.
Você olha, olha os dois lados, e nada vê.
Mas o poeta, esse sim...! Enxerga, além do alvor.
E nele, cantarola emoções e, versos de amor.
Os poetas, os poetas, não são amalucados não...!
Eles não conversam, com a lua, nem com as estrelas.
São as estrelas e a lua, que conversam com eles.
Iiiiiiiiiii seu moço, agora bufei di veis, num tendi nada.
Acho qui inté o sinhô, tá batendo as biela.
Só fartava essa, a lua e as estrela fala.
Parece qui inté o seu moço, tumbém é pueta...!
Meu bom amigo, matuto, que vive na roça,
Mora numa choça, ao lado de bela cabrocha.
Nesse imenso e fecundo sertão.
Não queira nunca, entender os poetas.
Eles são seres fantásticos, habitam aqui e ali.
Vivendo num mundo...
Mundo de ilusão.
_Adilson Tinoco_