Texto nº 1006 - Meu Nordeste e Neruda!
Falar do nordestino é o mesmo que interpretar os versos de Neruda...
O nordestino é livre para escolher o que quer da vida, mas quando define por locupletar a São Paulo, torna-se escravizado de seus resultados. Chega triste e enfadonho, coisa que mesmo diante da seca medonha, nunca se permitiu ficar; e tal tristeza fica tão assombrosa, que sua extensão sempre desemboca na mais desmedida solidão!
O nordestino em São Paulo, quando ouve da chuva, sente que a distância corrói as horas do dia, e as noites, frias e longas, deixam sem brilho a redoma esfumaçada que ele chama de Mundo, mas ele sim, volta a sorrir, depois que o Sertão lhe sorri de volta...!