Diários de uma feminista
Feministas, as filhas de satã. Bruxas. Putas. Degeneradas. Mal-comidas. Mal-amadas. Mulheres-machos. Histéricas. Feias. Peludas que usam sangue de menstruação em pactos com o diabo. Anti-higiênicas. Imorais. Misândricas opressoras de machos. Loucas que buscam privilégios para as mulheres. Assassinas de bebês. Cortadoras de bilaus. Destruidoras da família, da moral e dos bons costumes. Esses são alguns dos discursos antifemenistas usados para deslegitimar e difamar a luta das feministas na e para a sociedade.
Antifeministas criam estigmas sociais, discursos e imagens problemáticas associadas ao feminismo para fazer com que as pessoas, sobretudo as mulheres, odeiem as feministas. Isso explica o fato de que apesar de toda sua história, lutas e conquistas em prol das mulheres, ainda hoje existam pessoas que desprezam o feminismo. Esse ódio desmedido contra as feministas é a demonstração do ódio institucional contra as mulheres, é uma expressão direta da misoginia, isto é, do ódio, da repulsa ou desprezo pelo gênero feminino ou tudo o que a ele é relacionado. Não é apenas alienação, é ódio contra a mulher. Essas práticas discursivas que distorcem o movimento feminista e o que ele representa foram constituídas e são (re)produzidas, legitimadas e sustentadas numa sociedade que odeia mulheres, sobretudo mulheres que lutam por mulheres.
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