RENÚNCIA
Em arbítrio negado
renúncia de mim,
equilibrei o cansaço,
me deitei no regaço,
no uivo gelado,
do vento Minuano
planei o ignorado
em grandes alturas
dependurada nas asas,
transpus montanhas,
a pele desnuda
sobre o ser alado
o eco do passado
qual lança pontuda
congelada, rasgava
minhas entranhas,
apesar das belezas
dos pampas do Sul,
não vi arco- íris,
meus olhos fecharam,
lágrimas sulcaram,
tamanha era a dor,
mergulhada por anos!
afogando as mágoas
submergi
das profundezas,
dos lagos
lá do Rio Grande,
em largas braçadas
voltei tão cansada!
flutuando nas ondas,
com suave brisa, aportei
e em praia tranquila
de claras espumas,
que esvaneciam,
descansei
e jurei
sob o sol do leste
do meu Paraná!
Nunca mais...
NUNCA JAMAIS...
renúncia
de mim!