A Inocência e a Insanidade
Numa manhã de sol brando
e via o orvalho a cair
debaixo de um céu cintilando
e as vozes que estava a ouvir.
_Quando você virá para casa?
Deste mundo não tão importante.
Você já deve estar cansada!
Desta metamorfose constante
_Senhor insano... diz pra mim
O que você sabe que eu não sei?
Conte-me da história sem fim!
Diga-me e eu escutarei
Com um brilho nos olhos e a sorrir
Ele se vira e sai andando depressa
Algum compromisso urgente
Impensável não cumprir
_Senhor insano... diz pra mim
O que você sabe que eu ainda não sei?
Um mistério ou qualquer coisa assim
Por que está tão feliz sendo tão velho?
_ As crianças do tempo que crescem
E apesar de um corpo minguando
Minha mente ainda adolesce
E a alma se despe do corpo
carcaça de escaravelho.
_Senhor Insano...diz pra mim
Então, se eu não vou morrer
me transformarei enfim?
como devo me comportar,
o que devo então fazer?
_Não faça nada minha doce menina
O tempo responde às perguntas e ensina
O corpo é a alma disfarçada
E viverá por cem ou talvez por mil anos
Como os verdadeiros heróis fazem
Com seus espíritos de eternos ciganos
A vida é apenas um milagre do nada
E em diversos corpos moramos.