Prosa ao Ex-Amado
A escrita me consola, é tão profunda a tua solidão na minha, no quarto, em nossos quartos, a sós, sentados na escrivaninha.
E a memória insiste em não esquecer, mas lembrar que poderíamos molhar alguns lenços, em lágrimas de reconciliação, e derramar o cálice amargo, aceitando o perdão.
A vida tem sido cruel com nós dois. A vida nos implora um novo álbum de retratos das nossas almas sem liberdade. Observe os sinais, observe os sinais, os sinais do universo. Estou respondendo a esses sinais, escrevendo a ti inutilmente... pela milésima vez, inutilmente.