MORRI

Ao cair da tarde o Sol se pondo

A Lua querendo despontar, brilhar

Vertigem senti, corpo rodopiar, caí

Ambivalentes sentimentos senti

Silenciosa tristeza percebi sem corpo

Ao mesmo instante feliz fiquei

Como pássaro cativo agora liberto

A Senhora ilusão da morte me chamou

E abriu-me os portais das catedrais

E adentrei como numa nave vaporosa no ar

Me percebi sem chão ainda corpo pesado

Enquanto meus ossos tombados ao chão

Desejando na terra úmida brotar verdes

Em psicosfera minha ainda cinzenta

A noite alta escurecida pelas negras nuvens

Encobrindo o brilho da majestosa lua

Creio que as nuvens querem chorar

Nem sei porque, de alegrias ou infelicidades

Psicosferas pesadas doutros nublou,

Faróis de intensa luz querendo brilhar

Diante do meu olhar míope clarificou

Flash-back memoriais em cores nítidas

Meu corpo em petrificação desencarna a alma

Deixando-a livre como pássaro vacilante para voar

Enquanto o corpo em decomposição prurida

Esvai-se em chorume fedico a alimentar

Os lírios dos pântanos, brilhantes como diamantes.

Jô Pessanha
Enviado por Jô Pessanha em 04/11/2017
Reeditado em 29/11/2017
Código do texto: T6161871
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