MORRI
Ao cair da tarde o Sol se pondo
A Lua querendo despontar, brilhar
Vertigem senti, corpo rodopiar, caí
Ambivalentes sentimentos senti
Silenciosa tristeza percebi sem corpo
Ao mesmo instante feliz fiquei
Como pássaro cativo agora liberto
A Senhora ilusão da morte me chamou
E abriu-me os portais das catedrais
E adentrei como numa nave vaporosa no ar
Me percebi sem chão ainda corpo pesado
Enquanto meus ossos tombados ao chão
Desejando na terra úmida brotar verdes
Em psicosfera minha ainda cinzenta
A noite alta escurecida pelas negras nuvens
Encobrindo o brilho da majestosa lua
Creio que as nuvens querem chorar
Nem sei porque, de alegrias ou infelicidades
Psicosferas pesadas doutros nublou,
Faróis de intensa luz querendo brilhar
Diante do meu olhar míope clarificou
Flash-back memoriais em cores nítidas
Meu corpo em petrificação desencarna a alma
Deixando-a livre como pássaro vacilante para voar
Enquanto o corpo em decomposição prurida
Esvai-se em chorume fedico a alimentar
Os lírios dos pântanos, brilhantes como diamantes.