Brasil dos brasileiros
Esperar?
O que?
Sair ileso do epicentro do vendaval?
Contar, no futuro, relatos dos danos de que se safaram?
Acreditar que a benção benfazeja venha salvar os inocentes?
Acomodem-se,
Sejam crédulos, esperem que haja uma réstia de humanidade nas mãos opressoras
Reforcem o provérbio de que ninguém é de todo mal
Danças da chuva apagarão os incêndios
Vai brotar um herói do ventre dos omissos
E a miséria fará com que se compadeçam dos miseráveis
Assistam os arquitetos do pesadelo montar sonhos
Deixem que os agricultores das tempestade semeiem os ventos
Que o fio da guilhotina ceifem cabeças
E que cabeças da cúpula copulem a sociedade
Nossos refúgios estão sendo inundados
Recrutem os sobreviventes desse alfama
Agrupem-se, e escorem os escombros
Não sejam soterrados pelas lavas de um vulcão insano
A espada deve ser a da balança
A espada e a balança do equilíbrio
E que o fiei desta balança, e o fio desta espada, partilhem com equidade
Não permitindo que a ceia seja servida apenas à primeira classe
Nem permitam que a beleza seja retirada de nossas mesas
Montemos nossas tribunas
Vamos escalar o púlpito de onde nos organizaremos
E que mãos que enchem somente os seus alforjes
Sejam lavadas, em resposta ao descalabro que nos impingiram
Que nossos corpos flagelados não mais se submetam a poucas cabeças, de parcos neurônios, e ricas em imoralidade e ganância