Brasil dos brasileiros

Esperar?

O que?

Sair ileso do epicentro do vendaval?

Contar, no futuro, relatos dos danos de que se safaram?

Acreditar que a benção benfazeja venha salvar os inocentes?

Acomodem-se,

Sejam crédulos, esperem que haja uma réstia de humanidade nas mãos opressoras

Reforcem o provérbio de que ninguém é de todo mal

Danças da chuva apagarão os incêndios

Vai brotar um herói do ventre dos omissos

E a miséria fará com que se compadeçam dos miseráveis

Assistam os arquitetos do pesadelo montar sonhos

Deixem que os agricultores das tempestade semeiem os ventos

Que o fio da guilhotina ceifem cabeças

E que cabeças da cúpula copulem a sociedade

Nossos refúgios estão sendo inundados

Recrutem os sobreviventes desse alfama

Agrupem-se, e escorem os escombros

Não sejam soterrados pelas lavas de um vulcão insano

A espada deve ser a da balança

A espada e a balança do equilíbrio

E que o fiei desta balança, e o fio desta espada, partilhem com equidade

Não permitindo que a ceia seja servida apenas à primeira classe

Nem permitam que a beleza seja retirada de nossas mesas

Montemos nossas tribunas

Vamos escalar o púlpito de onde nos organizaremos

E que mãos que enchem somente os seus alforjes

Sejam lavadas, em resposta ao descalabro que nos impingiram

Que nossos corpos flagelados não mais se submetam a poucas cabeças, de parcos neurônios, e ricas em imoralidade e ganância

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 29/10/2017
Reeditado em 29/10/2017
Código do texto: T6156112
Classificação de conteúdo: seguro