ÓDIO & SANGUE, HISTÓRIAS DA SENZALA....

O chicote estalava no ar,

lembrando uma serpente ferina,

para o bote dar…..

fazia desenhos no ar,

quando estalava no couro

negro, fazia sangrar.

Abria talhos na pele

o crioulo no madeiro amarrado

as costas nuas

couro marcado,

de tanto apanhar.

Trouxeram todos os outros escravos

para com o castigo ensinar.

Seu crime ?

Matou uma galinha do seu senhor

Cansado de sentir só o gosto

de batata e arroz branco mirrado

e algumas folhas de alface

Até trinta chibatadas no lombo

contou.

Depois disso,

desmaiou….

Para completar o castigo

uma lata de salmoura

em seu corpo lanhado,

jogado .

Aquilo ardia como mil lanças atravessadas,

Pobre diabo….

Desmaiado pelos braços

dos irmãos de raça

carregado ,

no chão de terra batida

da senzala jogado.

Dias passados

do castigo executado,

o negro não estava prostrado

Seu orgulho da raça

não o deixava desanimado.

Ia ter troco

Faria tudo para um dia se

sentir vingado

de ser no toco espancado,

humilhado.

Era um procrastinado

Revolta na fazenda,

tudo estava planejado.

Na calada da noite

na sombra do candiero

planos se desenhavam….

O dia chegou

Amanheceu,

eram trinta escravos ao todo

para seis feitores….

O ataque foi de surpresa

nem bem ao nascer do dia

de suas camas foram

arrastados

Todos dominados,

amarrados !

Em suas feições

o terror estampado.

Por suas sinas temiam

boa coisa não seria !

O poder acabava de mudar de mãos

De escravos os negros , agora dos brancos

eram os senhores.

Detinham o poder sobre a vida e a morte.

Para os aprisionados presságio de má sorte.

Vieram com tachos de melado

despiram a todos ,

para sentirem o sabor

de ser humilhado.

Seus corpos

lambusados...

Até uma grande colonia de vorazes

formigas saúvas ,foram arrastados.

Seus destinos estavam traçados…..

devorados até a morte,

seriam dizimados.

Suas sentenças,

a morte lenta.

Eles urravam,

de dor lancinante gritavam,

o corpo coberto de formigas queimava.

Pela morte imploravam

Foram dias de tortura

A vingança estava terminada.

Hora de pro mato voltar,

um quilombo se organizar.

Morreriam se preciso for

mas nunca mais

se deixariam escravizar.

ECC

Ed Wolf
Enviado por Ed Wolf em 28/10/2017
Código do texto: T6155813
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