Chuva de noite na roça
Corre o dia, chega a noite, desce nuvem, chove chuva e água cai matando sede no regato.
Cheiro de mato, capim crescendo nos caminhos.
Poeira se molha e se esvai dormindo na estrada.
Balança galhos; sacodem asas, pássaros que não saem do lugar.
Caem folhas ressequidas, canta telhado em respingos.
Assoviam saudades nas janelas; olhos miram solidão.
Chão que dorme; encostas que sonham; enxurradas que lavam.
Natureza sorri no escuro e choram lamentos na noite.
Foram-se pirilampos, aquietarem-se, sob folhas quietas.
Apenas se mexem com o tamborilar dos pingos.
Fecha-se a janela, cala o assovio e a cama suspira sonhos em aconchegos.