PALAVRAS EXPOSTAS EM SONHOS
Juliana Valis




Aprecio as palavras sempre expostas

Aos sentidos captados pelo amor,

Sem perguntas, sem respostas,

Ou sem apostas no jardim da dor...




Aprecio, sim, as palavras sempre sós,

Ou sempre lúdicas nos labirintos infantis,

Nos jardins que a alma desenha, aqui, em nós,

No veloz enigma além dos olhos vis...




Ah, encantam-me as letras declaradas ao relento

Das antíteses sempre em nós escritas,

Gosto do amor que voa como o vento,

Pássaro intrépido das viagens infinitas !




Não sei o porquê, mas algo nos impele

A escrever sentido onde não existe

Em cada trecho lento, ao limiar da pele,

Entre corpo e alma, verso alegre ou triste,

Que o universo insiste em escrever sem calma

No ápice da alma que o amor conquiste.