Doença do Gênero III

Como me ver? Ver Deus? Acreditar em Deus? não me interessa mais obter respostas nem explicações satisfativas para perguntas que tornaram medíocres, diante da compreensão que tenho de que o entendimento é limitado para respondê-las.

Mas posso usufruir dos efeitos que o divino feminino amoroso de Deus paira sobre meus sentidos, propicia à alma o silenciar. Me dou por satisfeita.

Talvez possa estar iniciando ao caminho...quem sabe aquele que dizem existir quando a intuição é acionada.

Será que ela não estaria pulsando para o desapego? o deixar dos conceitos que me mantém no analfabetismo espiritual?

Livros, palavras, palavras....a civilização, o homem superlota as bibliotecas do mundo com palavras, livros sagrados das religiões, da filosofia, da psicologia do mundo, mesmo assim não conseguimos resolver a questão da violência que praticamos conosco, uns com os outros.

Sem contar que vivemos do implorar ajuda ao Alto numa mendicância espiritual sem precedente, falamos muitas vezes com a Fonte Suprema como alguém longe de nós, numa condição de fracassados, identificando este corpo físico como sendo nós, não alma Imortal, acreditando ser verdadeira e permanente esta baderna que a vida se tornou. Parece historia de crianca! se contasse para alguem fora deste globo, nao acreditaria.

Depois de uma longa e repetida prece de desespero, levantamos, alguns caminhando sobre os próprios pés, livremente! sem compreender o sagrado nisto.

Quando dirigimo-nos à igreja, voltamos e continuamos com o sentimento crônico doentio da inutilidade, pequenez.

Ouvimos, lemos "trocentas" vezes as máximas deixadas pelo Mestre dos mestres, Jesus Cristo:" amai a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo", "somente os mansos, limpo de mão e puro de coração herdarão os céus" "setenta vezes sete perdoa teu irmão"esquecemos!!!!voltamos a ler novamente, e quando isto acontece, serve tão somente de calmante aos sentidos...os dias vão passando, passando.

Igrejas, templos sendo construídos, devoções e rituais de vários seguimentos religiosos, reduto para professar a fé grandiosos, e nada da diminuição da violência no mundo. Cada um acreditando que após a morte, no amanhã viverá o sagrado.

Etíopes, africanos morrem na guerra , pela fome, centenas deles em atentados. Europeu, americanos, dizimados não diferentes daqueles, a cada dia uma nova guerrilha é iniciada num canto do mundo.

Não tem o que parar esta orgia coletiva que os homens estão com a violência.

Transar com a violência, como disse uma amiga um dia... está virando um mal negócio, volta para quem contribui com ela, sempre foi assim!

A paz é buscada, todos querem este estado como objeto de primeira necessidade na Terra, mas a violência virou 'usina de energia', como a de energia elétrica para a psique do homem, o desejo destrutivo como fonte.

O frango criado na marra, o boi para engorda e corte para consumo, a palavra dada em um negócio nunca foi tão descumprida, nos traimos muitas vezes afirmando meias verdades, negando fatos incontroversos, somente para manter o status social da violência coeso , dando o direito de cada um amanhecer todos os dias motivados a continuar exteriorizando-a, buscando o lucro a qualquer custo, seja na hipocrisia, no ciúme, na discórdia, na sujeira à honra alheia, na inveja, na omissão. Vale de tudo!

Ser bom virou correr risco de ser sucumbido no jogo da vida.

Não tem como forçar a desenvolver na marra amar a Deus e ao próximo , como fazem com pintinhos na granja, com ração preparada para engorda da avezinha em pouco tempo.

Amar a Deus não envolve crer puro e tão somente, mas conhecê -lo por meio da natureza que Ele criou, sim.

Se não começarmos por conta própria irmos nos desligando do comando interno que nos deixa ligados à usina geradora da violência, que é a consciência coletiva doente que é vivida em tempo real e na televisão, novelas, filmes e afins, tornaremos definitivamente cúmplices , coveiros que enterrarao a ética, primeira virtude provinda do amor incondicional e da paz no homem.

A calmaria se aproxima cada vez que num canto silencioso qualquer encontro uma brecha no entendimento, com isto me boto ver o avesso das coisas.

O entendimento retrai, sai o observador e o observado. Deus se apresenta como o Imanente e a matéria, o Imorredouro, o objeto e Eu como Um.

A água! Ah, a água! O revelar dela pelo Vácuo Quântico, o líquido que da vacuidade imerge, este campo onde os cientistas quanticos dizem residir todo trabalho do Tecelão!

Tudo é sagrado! Experimentar esta verdade por si mesmo! a biologia, a física, a física quântica, o conhecimento das ciências humanas e exatas...as artes, a filosofia e a religião, poderão nos levar a Deus.

Olhe! Veja! Ele está aí!

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 18/10/2017
Reeditado em 20/10/2017
Código do texto: T6146461
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