Flor das águas santas de Catarina
A priori, uma sombra que cobria o leito inóspito
Noites a fio de constante desatino, sem prumo
À cata do melhor juízo, a débil razão desfalece
Andarilho só, sem fado, sem curso e sem tudo
Zé ninguém de infecundos sonhos de aquém
Para os confins das santas águas ele partiu
Além, uma linda mulher esperando seu príncipe
Floripa das belas flores ilhada pelo intenso azul
Do Hercílio veio a meiga Luz que então iluminou
Sentada no banco junto à Lagoa da Conceição
Pose para os pincéis ávidos do grande artista
Dentre espécimes, o primor dos olhos gentis
A quitar a velha dívida com seu jovem coração
Imergi em seu beijo no afável e singelo abraço
A paisagem habitual, a vista disso fica bucólica
Cenário novo para um novo espetáculo de amor
Ela veio para fazer em mim sua luminosa morada
A posteriori, novas expectativas se multiplicam.
Floripa das flores envolvidas pelas santas águas, turbada por pessoas em trânsito de um lado a outro da ponte. Teresa, sentada naquele banco, confundindo a natureza, pelo esplendor de sua beleza.
"O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente"
(Mario Quintana)