SONHOS CONFUSOS, PALAVRAS CALADAS

Nem acredito que estou aqui novamente,

Em um sonho encantador

Sonho que me desperta o amor

Sonho que me afasta a dor...

Mergulho nessas águas calmas e transparentes.

De repente, sinto gelar-me o corpo inteiramente

Nado entre os peixes mais belos

Desnuda, como à Terra vim, entrego-me a forças desconhecidas

Os mais belos peixes venero, pois são seres etéreos que passam por mim.

Enquanto meus cabelos dançam no ritmo do rio,

E, como ondas oscilantes, seguem brincando,

Meu fôlego se esvai de uma única vez,

Minha face emerge em busca de ar,

Meus olhos se abrem devagar...

Presencio o espetáculo da vida

Deleito-me.

Como me fez falta toda essa beleza!

Tão linda pureza

Vejo o céu, sem nuvens, límpido, de um azul profundo,

Que percorre a alma e engole o mundo.

Penso poder tocá-lo, senti-lo enlaçar aos dedos.

Aspiro, bem fundo, o aroma das belas flores invisíveis.

Deixo o corpo flutuar de braços abertos,

Durmo um sono profundo em meu próprio sonho.

Levada pelas águas, escolho não escolher caminho algum

E neste estado tranquilo, fundem-se razão e emoção...

Percebo a total ilusão que alimento em meus pensamentos loucos,

Onde a realidade e o sonho se tornam um só.

Um único rumo que me liberta

Liberta-me dos medos, angústias, feridas

Liberta-me de mim mesma

E me apresenta, enfim, à sublime e incomparável Natureza.

Peço-lhe uma mísera atenção

Terra, tu que és tão remota,

Tu que nunca envelhece,

Conforta-me os dias com tua energia aconchegante,

Mostra-me as miríades de estrelas cintilantes

Eu te amo na tua triunfante simplicidade,

Eu amo ser parte de ti,

Tu me tornas especial,

Sou algo além do normal,

Sinto-me única em teu berço mortal.

Isis do Vale
Enviado por Isis do Vale em 12/10/2017
Código do texto: T6140266
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