Varanda

A noite debruça na minha varanda
Olho primeiro para o céu
Nada vejo em noites sem lua
Um pé de amora mora no vizinho
Cobrindo a visão desse infinito.

Telhas encostadas
por falta de telhado

Uma parede solitária
Antiga abandonada
Por falta de cuidados.

O pé de jabuticaba
Enorme
Uma postura invejável
As flores perfumam
Meu quarto...Adocicado.

Escuto barulho
Explodem seus frutos maduros
Despencam os que não vingaram
Os que foram alimentos de pássaros
Ferindo os...Machucados

O chão forrado
Desprendidos os que não faz
Mais sentido
Aos galhos ...Os braços maternais

Na Varanda...Hoje sem lua
Na noite de outubro
A escuridão
E os frutos despencam
Os que ficam
Estao altos demais
Para que eu possa toca Los
Degustar ou expulsar
Frutos
Intactos aguardando
Seu tempo
Amadurecimento...Tudo isso
Na minha Varanda...
Meu nome bem poderia
Ser Vanda.

Imagens da autora