Doença do Gênero
Estou de longe olhando Ti, planeta amado! Fui para longe, e do Alto quero encontrar o motivo.
Porquê fizeram de você objeto, exploram-o como protituta na noite, usam e abusam de sua matéria prima sem a troca justa do retorno sustentável do que consumiram. Sem contar que ninguém quer ficar com o lixo, resultado da fruição insana e desesperada do produto da Terra.
Aquela aura que tinhas na origem, perfume onipenetrante da presença feminina de Deus nas coisas e seres está se esvaindo. Nem em mim consigo mantê -la por muito tempo.
Saio e volto constantemente do sentir amoroso, divino -feminino que habita em meu interior.
Por isso que quando olho daqui de longe a Terra, planeta que habito nesta existência pueril, sinto ele castrado, manco em sua atividade.
Aquele fenômeno sem forma da mente feminina que tudo acolhe, que consola e permite o germinar da natureza dia a dia, se mostra frágil, preterida, dissolvida pelo Império dos conceitos prontos e acabados dos homens e das mulheres, que estão a todo vapor sobrepondo ao natural no planeta.
Vem mãezinha querida, bondade infinita, aceitação calorosa da face feminina de Deus me cobrir de consolo! Caí nesta profundeza oceânica do meu interior e sinto sua falta! Achada, rogo que não me deixes mais, me leva pelas suas mãos compassiva para o Reino preservado desde a origem como sendo aquele que tudo realiza, e da qual sustenta o que Sou. Irriga a minha vontade para servir como instrumento de Deus Pai nesta existência.
O peixe em movimento ou parado continua sendo peixe, assim é a natureza feminina-masculina de Deus.
Afinal, o que seria o bebê sem o sexo que uniu o homem e a mulher no acasalamento para sua vinda ao mundo?
Sou o zigoto...não aparte de mim, ó feminino onipenetrante, em seu "utero" quero ser gerada no novo. Nao me deixe sentir órfã! Como a onda é para o mar, entrego o que Sou ao seu domínio. Estou segura na antiga sabedoria de que não me levará além do Senhor que gere a gota do oceano. Tudo é Ele e Dele.