DESTAS SOLIDÕES (II)


Solidão é...
Um vento maroto "se judiando" pra suavisar saudades de janelas.
Uma cigarra chiando triste, um gorjeio entranhado de campina...
É um galo desavisado,rasgando no bico
As soledades de uma casa sem recheio.
Um pé de alecrim cheiroso,uma espada de São Jorge numa lata carcomida...
Um balde de zinco (morto de sede) atado à manivela de um pôço ladeado de urtigas.
Uma fruta temporã num quintal de cercas desbeiçadas.
As batidas de cincerro no abandono do potreiro.
Paredes desnutridas de conversas de comadres.
Uma lembrança ,descorada , de novena de natal (de não sei quando)
Pregada na porta por onde ninguém mais entra, ninguém mais sai.


Joel Gomes Teixeira