Cheiro de rua na manhã
Cheiro de rua na manhã ensolarada. Trafegam emoções nos vãos das escadas e os prédios se lotam de pessoas apressadas.
Movimento pós noite para se ganhar o pão de cada dia.
Outros para se fartarem de fazer riquezas. E a vida passa a galope.
Tem gente dormindo nas esquinas, cobertas por jornais de notícias tristes. Lê-se isso sobre o corpo delas.
Classes divididas, humanos separados da essência divina.
Segue-se a rotina nas rodas dos veículos e na poluição de cada dia.
O sol descansa em calor na sua cama que gira, o asfalto transpira, as pessoas contraem o hábito de não estarem nem aí.
Nada de cumprimentos e nem abraços e lá se vai o trem na mesma linha. O que faz a diferença são os pássaros, que cantam na mesma sinfonia e não são notados.
É o passo matinal na mesma cadência musical, toda sem ritmo; e não são dados, a se apressarem para serem solidários.
O mundo precisa de abraço, de natureza, de cidade cheia, mas com verdades dizendo. De pessoas lindas na essência e na pureza,
de chuva levando mágoas.
De rios correndo para deságue na multidão
que não se lava há muito tempo.
Passa uma brisa e leva com ela, apenas o cheiro de rua na manhã. Mas ainda assim o sentimos intensamente depois dela.