ESPERA
Quando entrei em nosso quarto,
A flagrei sentada junto à janela,
Com olhar fixo no céu,
Contemplando a lua e as estrelas.
O âmbar que iluminava o criado,
Mostrava no relógio ao lado,
Que eram três e quinze da manhã.
Ela, àquela hora acordada,
Com uma camisola bordada,
Exalando perfume de uma fada,
Parecia querer para o céu voar.
Extasiado eu não sabia ao certo,
Se falava ou chegava mais perto,
Miragem ou eu estava a sonhar?.
Decidi aproximar-me passo a passo,
Assim bem devagarzinho,
Apanhá-la suavemente nos braços,
Niná-la com muito carinho.
Depois já no meu colo,
Explicar o que houve no dia,
Dar-lhe na alcova consolo,
Porque o amor que nos une,
É feito de cumplicidade
Tem o sabor da verdade
E os encantos de uma poesia.