Censura
Censuram o que sou e tudo o que sinto...
Censuram porque isso não me cabe no peito...
Censuram meu sentimento por não ser tão empírico quanto a moeda que eles veneram...
Censuram meus desejos por eles serem tão palpáveis quanto o nervo rígido e febil que se entrega aos prazeres...
Censuram... e isso me castra, me amputa a alma.
Censuram e limitam meu universo em um único grão.
Censuram o gesto, o fato, o ato...
Censuram, céticos das minhas emoções, mitigam minha própria essência.
Censuram esse sentimento nu, sem mascaras sociais nem farsas ancestrais...
Censuram e julgam: sentimento fora das suas leis.
Censuram, mas não há tarjas...
Censuram não porque eu sinto demais, mas sim porque não são capazes de enxergar a imensidão que transbordo.
Censuram meu amor porque não são mais capazes de amar.