Ao Som de Woman in Chains, Eu e o Rio
“Para a doença masculina do autodesprezo, o remédio mais seguro é ser amado por uma mulher inteligente”.
Friedrich Nietzsche
Um rio, onde as águas tilintam com o brilho fornecido pelo sol, reverenciando a vida. Um assovio verde no fim de tarde, ondula o curso das águas, e faz o destino do pensamento um movimento de vida. Um rio, que sabe a dualidade das coisas, porém segue forte, contornando a pedra da incerteza triste.
Grita, geme e chora silenciosamente junto á árvore tombada, sugando o pó das esperanças tristes, espalhadas pelo vento. Dorme e apodera-se do gigante verde negro profundo, festa das criaturas noturnas, repouso das mentes soturnas. Era o inverno do coração e das águas, embebidas em uma melancolia doente e covarde, mas por hora necessária.
Natureza que ilustra, sem revolta. Ansiolítico de Narciso, que nunca negara a própria essência.