Esperança doída
Os dias tonaram-se lentos provocando um cansaço imenso. Minha alma sem rumo, sem saber se lamenta. O inverno chegou trazendo fortes ventanias e o mar agitou-se inundando meu coração de tristeza. Numa tarde surgiu a primavera e junto com ela uma leve brisa. Dos meus olhos lágrimas brotaram numa mistura de saudade e vazio. Dali a alguns dias surgiu o verão e mesmo em meio ao forte calor meu corpo já não respondia. Estava gelado por que tua ausência assim me fez ficar. O outono bate a porta para que possa aliviar esse padecer serenando -me os instantes. Sem sucesso vai embora e pede ao inverno que chegue mais uma vez; porém, sem aqueles fortes ventos nem as chuvas torrenciais. Apenas com sua leve garoa podendo banhar-me o rosto acalentando meu coração. O tempo deseja me ajudar, mas não aceito as mudanças sem ter-te por companhia. Não há remédio que faça com que minha alma volte a sorrir. Nada faz sentido. Teus braços, antes protetor, não me servem mais de abrigo. Estou só por marcação certeira do destino. Mas ainda, adormecida, dentro de mim, tenta sobreviver a esperança doída.