Sim, houve uma forma de reagir, uma voz que, triste, silenciou suas dores... Um calar à força, sem razão de sentir, de ser... Então descobri que não sei combinar atos, nem ser indiferente ou não me importar com os desastres que me são destinados e me tonteiam... e aprendi que não, não, não sei viver numa fortaleza imune as intempéries do tempo... Elas me afetam, me aniquilam, me derrubam... Mas, hoje sei que não preciso mais compreender ou buscar explicações para o abismo onde mergulhei, nem entender as reações contrárias ao que recebi, os passos absurdos que eu mesma fiz ensaiando desistências... e sei também que não preciso me envergonhar de quem fui, de não ter sido o que precisava ser... de fato não sou a Mulher Maravilha, nem sou perfeita como talvez um dia pensei... E sim, aprendi que, às vezes, a melhor reação é o silêncio, mesmo as feridas... a dor no canto dos olhos... por isso... não me envergonho mais de minha forma de reagir, de minha voz que, triste, silenciou suas dores... de meu calar à força, sem razão de sentir, de ser... da dor no canto dos olhos...