SANTA FÉ DE MINAS
No sertão Norte/Noroeste Mineiro, um lugar pacato, excelente para apreciar a natureza, admirar os voos cadenciados das araras azuis e o coral magnífico dos pássaros-pretos, da sua majestade o sabiá, cantando dobrado nas lindas manhãs de primavera! Povo humilde, hospitaleiro e de muita fé!
Fé em Deus em primeiro lugar. Fé na sua família. Fé na agropecuária local. Fé no Brasil e nos seus líderes, nos mais diversificados campos de atuação. Fé nos amigos, pois nos amigos verdadeiros podemos confiar! Fé pela simples razão de ser um cidadão de Santa Fé!
O desenvolvimento ainda está chegando por aquelas bandas, a ligações com as
capitais Estadual e Federal, há poucos anos tornou-se pavimentada, o que gerou um avanço não apenas local, mas para grande parte deste sertão mineiro. Se perguntarmos a um autêntico Santafeense, qual é o seu maior orgulho, sem pestanejar, irá nos responder: “Meu orgulho é sentir o coração pulsar forte no peito todo amor e respeito pela minha "Santinha" nossa querida Santa Fé de Minas, os demais sonhos, com saúde e disposição, no momento próprio vamos conquistar!”
O escritor Guimarães Rosa que tanto amou e dedicou-se à vida a apreciar e escrever a respeito da saga e peculiaridades do povo sertanejo, com certeza, nas suas andanças e pesquisas literárias, conheceu o aconchego de poder dormir numa rede tecida artesanalmente no tear, sob o teto de um ranchinho de sapé, algo tão comum dos nossos primórdios. O escritor mineiro, contemporâneo de Itabira, Carlos Drummond de Andrade, nos seus momentos de boemia, possivelmente também ouvira falar dos famosos “biscoitos de petas” assados no forno de barro e vendidos na Praça Central, onde se encontra uma linda e histórica Capelinha. Deve ter ouvido causos dos garimpeiros do ribeirão Santa Fé que banha a cidade que leva o mesmo nome, os quais sonhavam com o diamante super valioso ou a tão cobiçada pepita de ouro, mas infelizmente, a maioria quando conseguiam êxito, eram com apenas um “xibiuzinho”de pouco valor. E, quando Drummond escreveu aquela célebre expressão “E agora, José” do seu poema “José” lançado em 1942, alguns talvez até arriscam a dizer que foi por essas bandas que o escritor buscou a inspiração, ao ouvir as lástimas dos garimpeiros de Santa Fé. Num ponto estratégico da cidade, pelas bandas do ribeirão que banha e abastece a cidade através do serviço da Copasa, atualmente bastante assoreado, mas ainda resiliente, podemos descansar e trocar um dedo de prosa na praça da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, denominada Praça Argemiro José Leite, ancestral da tradicional família "Leite" que governou os destinos políticos e administrativos do Município.
O tempo passa, já se foram 58 anos da emancipação político-administrativo aos dias atuais, muitos moradores já foram embora, outros já seguiram para outras paragens e dimensões, e alguns em tom de brincadeira dizem que o povo realmente têm muita fé, mas até a própria “Santa” já se foi embora. Mas, o que realmente se observa é que as suas ruas de pedras continuam calmas, a praça Central , hoje tem uma Academia ao ar livre e abriga uma centenária e linda Capelinha de Santo Antônio, e as pessoas que passam por lá, dificilmente não param para observá-la e se encantar com os seus traços marcantes, onde também os seus filhos Santafeenses, dobram os joelhos e exaltam o amor, a paz e orgulho de viver na sua querida SANTA FÉ DE MINAS, para os munícipes mais íntimos, a inesquecível e idolatrada "SANTINHA."
Nota do autor:
Conheci a cidade de Santa Fé de Minas, num Domingo chuvoso de Carnaval em Fevereiro de 1993, na companhia do amigo Carlos Jésus da Silva (Carlinhos da Marieta) do meu primo Celimar Simões (Sola) e do Edson (Ravengar). Retornei a cidade no ano de 2001, na festividade dos Alcoólicos Anônimos A.A., onde fomos recepcionados na Escola Estadual Carmela Dutra. Em 2014 conheci o professor Anderson Braga e seu irmão Edinho, que era Vereador de Nova Serrana – MG.
Dedico especialmente às minhas colegas de trabalho, Secretária Municipal de Saúde de Bonfinópolis de Minas, Srª. Nilvésia Brandão e Edna Leite da Silva, popular Edinha, hoje já aposentada, que são Santafeenses adotadas pelos Bonfinopolitanos.
Aos meus amigos, Carlinhos, Celimar e Edson (Ravengar) que me fizeram o convite a conhecer a pacata Santa Fé de Minas. Ao amigo Jeová Pacheco, grande comunicador que trabalhou na emissora de rádio Líder FM de Bonfinópolis de Minas. Ao colega de trabalho da Prefeitura Municipal de Bonfinópolis de Minas - MG, o jovem Rogelson Andrade e sua mãe dona Zulma. À senhora Hilda, grande entusiasta, educadora e líder dos movimentos religiosos e sociais. Ainda, ao meu cunhado e padrinho Antônio Muniz Ramos, hoje residente em Bonfinópolis de Minas - MG.
E in memoriam, à minha querida e saudosa mãezinha Maria de Lourdes Souza (Dona Lurdes), meus avós Dioguino Martins Rodrigues e Maria das Mercês Veloso, que também nasceram e viveram muitos anos nas terras desse pacato Munícipo do Sertão de Minas Gerais, na região da fazenda Buritizinho, próximo ao Capão Grosso, Jenipapo e Chalé.
Por fim, aos guerreiros filhos de Santa Fé de Minas - MG, os de nascimento, de adoção e por opção, em nome dos quais, recebam o abraço desse autor e vizinho Bonfinopolitano.
Autor: Poeta NUNES DE SOUZA – Acadêmico Imortal Fundador da Academia de Letras de Unaí e Região – ALUR, ocupante da Cadeira nº 16 e tem como Patrono: Carlos Drummond de Andrade. Bonfinópolis de Minas – MG “A Capital dos Amigos” em 04 de outubro de 2017.
Texto reeditado pelo autor em 04/10/2021.