cálculo de nervosismo
Cheguei aqui no hospital. Confirmei minha presença no autoatendimento. Uma tela de monitor com touch, coisa bem tecnológica, bem bonitinho. Agora tô esperando ser chamado. Alguns minutos sentado balançando as pernas pra cima e para baixo e me dá vontade de ir ao banheiro. Levanto-me e vou. Antes de entrar acabo por escutar o barulho da chamada. Um som de notificação, como se eu tivesse recebido mensagem em meu celular. Não sei pra qual sala foi aquilo, não olhei, fiquei com vergonha não sei porque. Faço o que tenho que fazer e saio do banheiro. Volto ao lugar, aquele que eu estava antes de deixar, e fico esperando ser chamado. Mais alguns minutos se passam. Acho que aquela chamada foi pra mim. Me esgueiro para ver a sala que devo entrar. Sua porta está fechada. E se aquela chamada foi mesmo pra mim? Me dá vontade de voltar ao banheiro. Talvez tenha sido outra pessoa que foi chamada, também existe essa possibilidade. E nem precisa ser pro mesmo médico. Pode ter sido para outro. Começo a calcular se dá tempo de ir ao banheiro até ser chamado, mas com esse tempo desperdiçado eu já poderia ter ido ao banheiro. O tempo tá passando. Os minutos correm. A vontade aumenta. Ninguém tá sendo chamado. Será que o médico tá com alguém lá dentro? Será que ele me chamou naquela vez e porque eu fui ao banheiro perdi minha chamada? A vontade de ir ao banheiro tá aumentando. Tô ficando nervoso. Tô ficando mais nervoso, pra dizer a verdade. A vontade tá aumentando. Impaciência. Se eu for agora deve dá tempo, já que a vontade tá grande. Mas e se eu for chamado?
"Oi, você tá aí! Tá esperando há muito tempo?"
"Ué? Não, tô não."
"Ah, então vamos. Desculpa, eu tinha ido ao banheiro."
Cheguei aqui no hospital. Confirmei minha presença no autoatendimento. Uma tela de monitor com touch, coisa bem tecnológica, bem bonitinho. Agora tô esperando ser chamado. Alguns minutos sentado balançando as pernas pra cima e para baixo e me dá vontade de ir ao banheiro. Levanto-me e vou. Antes de entrar acabo por escutar o barulho da chamada. Um som de notificação, como se eu tivesse recebido mensagem em meu celular. Não sei pra qual sala foi aquilo, não olhei, fiquei com vergonha não sei porque. Faço o que tenho que fazer e saio do banheiro. Volto ao lugar, aquele que eu estava antes de deixar, e fico esperando ser chamado. Mais alguns minutos se passam. Acho que aquela chamada foi pra mim. Me esgueiro para ver a sala que devo entrar. Sua porta está fechada. E se aquela chamada foi mesmo pra mim? Me dá vontade de voltar ao banheiro. Talvez tenha sido outra pessoa que foi chamada, também existe essa possibilidade. E nem precisa ser pro mesmo médico. Pode ter sido para outro. Começo a calcular se dá tempo de ir ao banheiro até ser chamado, mas com esse tempo desperdiçado eu já poderia ter ido ao banheiro. O tempo tá passando. Os minutos correm. A vontade aumenta. Ninguém tá sendo chamado. Será que o médico tá com alguém lá dentro? Será que ele me chamou naquela vez e porque eu fui ao banheiro perdi minha chamada? A vontade de ir ao banheiro tá aumentando. Tô ficando nervoso. Tô ficando mais nervoso, pra dizer a verdade. A vontade tá aumentando. Impaciência. Se eu for agora deve dá tempo, já que a vontade tá grande. Mas e se eu for chamado?
"Oi, você tá aí! Tá esperando há muito tempo?"
"Ué? Não, tô não."
"Ah, então vamos. Desculpa, eu tinha ido ao banheiro."