LEMBRANDO O MEU PASSADO...
Na minha juventude ouvi muito FUNK com Geraldo Azevedo, Elomar, Xangai, Alceu Valença; ouvi muito PAGODE com Pink Floyd, Supertramp, Dire Straits; ouvi também muita SOFRÊNCIA com Simon and Garfunkel, Willie Nelson; e é por isso que hoje eu sou assim, considerado um anacrônico e saudosista!
“Juntos vamos esquecer, tudo que doeu em nós. Nada vale tanto pra rever, o tempo que ficamos sós! Faz a tua luz brilhar, pra iluminar a nossa paz! O meu coração me diz: Fundamental é ser feliz!”
Na minha juventude eu adorava comer no FASTFOOD uma “talhada” de abóbora com leite, cuscuz com ovos, e quando a sorte me batia a porta, uma pratada de carneiro cozido com sarapatel. COCA-COLA de todo dia era Kisuco, mas quando sobrava uns centavos, Tubaína; e no meu caso, CAJUÍ PERNAMBUCANA!
Eu até via a Mesbla com bons olhos, mas roupa de GRIFE, era o que meu pai podia comprar no magazine do centro, ou o que minhas tias podiam costurar, do que compravam do armarinho ou na Feira dos Tecidos; e meu PERFUME favorito era Seiva de Alfazema depois de um banho de balde com sabonete Alma de Rosas!
“Meu alegre coração é triste como um camelo, é frágil que nem brinquedo, é forte como um leão! É todo zelo, é todo amor, é desmantelo; é querubim, é cão de fogo, é Jesus Cristo, é Lampião....”
Meu primeiro carro foi um velocípede de lata com bagageiro e freio SCDPS (se correr demais peça socorro); e quando eu ganhei uma patinete de rolimã, me sentia como Emerson Fittipaldi...
Sucesso no grupo da escola era ir com calça de tergal e camisa com o escudo impresso! Se fosse pobre, Conga; classe média, Ki-Chute; e o metido a rico, usava All Star...
Férias no EXTERIOR era quando eu ia para a Fazenda ver os meus avós, e por lá ficava dois, às vezes três meses contemplando as chuvas ou rezando para a seca maldita dar um refresco.
Aquele era um tempo bom, mas para se lembrar hoje, porque na época era difícil para a maioria! Hoje é romântico e poético lembrar do passado rico, que na verdade era pobre até em demasia; então, eu até quis ficar, mas não podia, porque o meu caminho ali não me conduzia ao que eu queria; conhecer mais para poder valorizar mais, tudo que deixei pra trás!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires, com textos em destaque de Geraldo Azevedo.