SOB O TOQUE...DUM TELEFONE
E quase sem perceber...
Chega um dia,
No qual a agenda se apaga.
Quase sem se notar
A página desbota,
A tinta descora...
A esperança ancora.
Perdemos os números,
Desligamos o telefone,
Abandonamos os sonhos.
Buscamos pela saudade...
E ela não vem.
Puxamos pelas lembranças...
E o coração se aquieta.
Escolhemos palavras
Pálidas...áfonas...
Desvalidas...combalidas...
E um verso perdido, agonizando...
Pede por socorro.
E o poema cala.
Um dia sem perceber...
O telefone soa
E já nem ouvimos mais...
Porque a emoção desistiu.
Obedeceu à razão.
E nesse dia
Bem assim...de repente
Também desistimos da gente!
Simplesmente porque
Não existimos mais.