As Cores da Inocencia
Agora ficava ali, sentada no galho da mangueira vendo o sol se pôr com a ingenuidade sombreada pela Inocência usurpada.
Onde se perdera?
Quis crescer, ficar grande
feito o mundo todo... E dali, em transe e de volta ao passado, viu sua criança correndo livre e esperta dentre flores.
Nada doia. Ela já nascera com os pés firmes na terra. E lá vinham os tombos, escorregões e risos empoeirados. E por todo o dia levantava voos sem medo, era livre correndo atrás do vento que soprava beleza e magia. Agora as cachoeiras já não eram todas dela... Acho que nenhuma pertencia mais a ela.
Era seu lanche goiabas e morangos colhidos com mãos sujas de terra... Assim a vida seguia e a menina crescia sem medo, os príncipes passavam por ela em seus cavalos brancos acenando, mas ela ainda era impúbere... Tudo era belo, todos os dias.
O tempo também voou, e agora ela apenas olhava o sol dando voltas ao mundo e esperava a noite chegar para se recolher.