ImtimidadeXIX

Simplificar, facilitar o servico para a sociedade cansada se higienizar, começando de nós. Estaríamos preparados?

A fala com o coração demanda abertura, intimidade com o próprio corpo; trabalho difícil para humanos deste início de século enfastiado do ter, da busca do ter, envolvidos na mercancia que atende a mecânica do lucro a qualquer custo.

Capitalismo que expandiu e acelerou sua predominância no mundo, tornando cada vez mais referencial para o bem estar do homem.

O dinheiro e a tecnologia disponíveis, trazem ao homem a possibilidade da obtenção de uma variedade de bens, que apesar de vindos numa boa hora, tenta convencer suprir o afetivo corrompido nele.

Aparelhos televisivos, computadores, ifones com aplicativos que reduzem esforços e buscas, aparelhos domésticos que substituem trabalho, braços, pernas, vassouras, mãos dos moradores no lar, a robótica servindo às necessidades do homem, máquinas como companhia e trabalho, robôs "humanizados".

Encontramos ainda : réplicas penianas artificiais, drogas estimulantes para o ato sexual, bonecas feitas em tamanho ao natural de uma mulher, tudo para satisfazerem homens e mulheres na cama, sendo que nos primórdios da humanidade o sexo era voluntário, natural, divino.

Todo este arsenal de novidades encontraria sentido e significação se levasse a humanidade a melhoria da condição humana vivida no interior do homem, servindo de complemento aos dois personagens principais da criação, homem e mulher, contribuindo para a festa genuína acontecer entre eles.

Há acentuado e crescente distanciamento da fruição satisfativa do homem consigo mesmo, e o lento desligamento com o outro para fins mais profundos na cama. Crescente a busca do sexo para satisfacao no nivel instintivo imediato, típico da sociedade do consumo, sem contar o hiato entre pares na convivência a dois, que muitas vezes "passa batido", sob efeito rápido de anestésico levado pelo álcool .

Por outro lado, a psicologia, psicanálise e ciências afins, nunca tiveram tanto a estudar quanto neste agora, cujo assunto provém preponderantemente da temática sexual.

A Fiosofia oriental Tântrica afirma que há possibilidade de qualidade de vida, felicidade interior, prazer na cama e fora dela, desde que antes de mais nada tenhamos conseguido tocar-nos, sentir pelas mãos e mente o corpo, amando-nos, sem culpas, mágoas ou ressentimentos. Somente assim, conseguiremos transmitir e receber amor; dependendo ainda da sintonia, sincronia entre espíritos, cumplicidade das partes neste mesmo seguimento, abrindo a intimidade interna e externa um ao outro, permitindo o amar e ser amado.

A sabedoria Tantra tem como base e meta o acesso ao amor no seu sentido supremo dentro do homem, e afirma que é possivel tratar a alma a partir do corpo, por nossas proprias iniciativas.

Soa a fala antiga, em linhas gerais, que é passível o despertar do amor incondicional em nós, imergindo com ele o refazer da visao interior, sendo aquela que nos trará permissão e acesso as outras dimensões do nosso próprio "Eu", ampliando nossa consciência.

Conscientemente ou não, induzidos ou não pela alucinação proposta pela máquina capitalista, avacalhamos no conviver, cujas consequências são os destroços, a miserabilidade da existencia enquanto vista na prática, no dia-a-dia.

Tornamos homens geradores de bens e consumo, reprodutores de futuros homens e mulheres que correm o risco de cair na mesma cilada.

Convivemos com a fadiga social estabelecida, por termos despendido demasiadamente sacrifício individual e coletivo para conseguirmos o produto do capitalismo, incluindo as lesões na alma pelo estapeamento que praticamos uns nos outros.

O mundo precisa resgatar como meio de vida, urgentemente, a reflexão sobre a prática do amor, interiorizando-o num verdadeiro "enlace", emaranhando com nossa divindade interior.

Mas, afinal, venhamos e convenhamos!!?? Qual motivo levaria ficarmos tanto tempo cavalgando sobre a razão? Porque não começarmos abandonando a carga do passado, e a dor de sermos vítima?

Tarefa difícil, mas não impossível.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 15/09/2017
Código do texto: T6114924
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