Construção (Colo inundado de nós)
Ergue-se a vista para o horizonte vermelho, inundada de lágrimas no crepúsculo das pupilas...
O arco da íris negra, brilhando de saudades na distância.
Eu quero poder inundar-me de chuva fina
e no peito deixar escorrer enxurrada, levando de mim, os ressentimentos, os prazeres frustrados.
Eu quero poder invadir teu corpo,
com a soberania vívida da felicidade e nunca mais sair de você.
Ergue-se a fronte para a noite descendo de alturas impossíveis. Acompanham-nas estrelas que habitam com brilho, o terreno do céu. Estrelas nômades, com identidades, outras anônimas,
mas, comum na fragilidade da contemplação
de quem de vez em quando chora, por adorá-las,
como se fossem, perguntas e respostas otimistas,
desejosas de uma vida para sempre.
Quero poder falar das noites nuas e caminhar pelas
ruas ocultas do teu pensamento.
Morar em tua construção: CORPO E ESPÍRITO.
Eu quero simplesmente estar contigo, por um motivo apenas:
quero viver.
Ergue-se a luta pela conquista, na pele idílica, em que minhas mãos trafegam sem perceber a viagem,
somente alucinadas pela paisagem.
Quero não conter em audácia, presa dentro de mim...
Não contenho e amanheço no teu colo, inundado de nós.