O quê? Eu não sei!
Há muito tempo não sou esse que vem à vocês dizer o que há de mais profundo no meu ser.
Há tempos tento anemizar minha dor e sofrimento que já não dói tanto quanto doía quando eu recebia ferroadas de um certo zangão.
Hoje minha dor vem como uma flecha, reta e certa. Bateu, ficou. Depois vai embora.
O suspiro vem naturalmente, a respiração funda e a dor no peito, nas costas, no ser. Minhas mãos tremem e olhem, não sou mais o mesmo.
Infelizmente, eu morri e precisei renascer de um parte cesariana caso contrario morria sufocado ao meu próprio cordão umbilical. Eu morreria asfixiado com meu próprio ser, irônico, não?!
Meu primeiro parto foi normal, minha mãe abriu as pernas e eu vim em direção a luz, adoeci quando vi esse mundo e precisei ficar alguns dias no berçário. Um coração partido, uma promessa, curado eu estava.
Meu segundo nascimento, como já dito, fora cesariana. Eu estava sufocando com meu próprio ser, o que deveria me manter vivo estava tentando me matar, então teve de ser cortado as pressas para que eu não perdesse o resto de mim que ainda sobrava. Renasci, vi o mundo, mas dessa vez não adoeci, já sabia onde estava e por quê estava.
A vida me deixa cansado, a todos nós, não é mesmo? Mas o que podemos fazer além de viver?