ABRAÇO DE MUITAS MÃOS

Alegria: esta é a harpa lúdica da alma. Toca às gargalhadas frente a tudo o que vê.

Espanto: este é o condão de virar o jogo do real. Quando tudo é adverso surge o poema com o hálito de fogo e hortelã.

Compartilha-se o viver e a fantasia. O mundo tem novas legendas neste filme nem sempre agradável do cotidiano.

Aliás, quem não reconhece a figura do leitor e fica babando em cima de sua criação está perdido... Poesia é solidariedade ao irmão, ao companheiro de estrada.

Por isso, em ti, irmão, que além de bom escriba és divulgador de versos e prosas há tantos anos através deste veículo impresso e internáutico, se pode constatar até que ponto vai o amor ao semelhante.

Além de viver, poetar é ato de entrega, de dupla redenção nesta margem do viver.

O agradecimento é pequeno, palavras são parcas.

Permanece o gesto espiritual de se dizer presente em tua pessoa aos olhos dos outros.

O abraço é de muitas mãos. Salve o amor universal!

– Do livro EU MENINO GRANDE, 2006 / 2008.

http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/610348