Brasil, meu verde poema!

A mangueira floreando, a chuva que cai

o cheiro da terra exalando o sabor dos terrais

o canto dos pássaros nas árvores tênues

és tu meu Brasil, meu verde poema

Teu ventre é mata que me acata

não quero imensos pastos em sua pátria

quero sentir o cheiro do riacho, das cascatas e cachoeiras

não quero as florestas desmatadas, mineração e pedreiras

quero o beijo das abelhas e o doce hidromel

quero o límpido unir da natureza

sentir o cheiro do céu

Quero sentir o cheiro da fogueira mata adentro

quero apreciar a figueira a todo tempo

quero acordar ao odor da mata molhada

depois da brisa e da névoa gelada

quero cheirar a bambu e jasmim

até o uirapuru cantar prá mim.

Meu Brasil, quero lhe pedir perdão

pelas venenosas plantações

pelo lixo e pelo luxo que invade teus concretos e paredões

por toda violência e falta de humanização

Amazônia, quero lhe pedir perdão

pelo sistema desvairado enriquecido por cifrão

por toda poluição que afeta teu pulmão

por toda a cegueira causada pelos mestres da corrupção.

Rafaela Romero
Enviado por Rafaela Romero em 01/09/2017
Código do texto: T6101142
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