Brasil, meu verde poema!
A mangueira floreando, a chuva que cai
o cheiro da terra exalando o sabor dos terrais
o canto dos pássaros nas árvores tênues
és tu meu Brasil, meu verde poema
Teu ventre é mata que me acata
não quero imensos pastos em sua pátria
quero sentir o cheiro do riacho, das cascatas e cachoeiras
não quero as florestas desmatadas, mineração e pedreiras
quero o beijo das abelhas e o doce hidromel
quero o límpido unir da natureza
sentir o cheiro do céu
Quero sentir o cheiro da fogueira mata adentro
quero apreciar a figueira a todo tempo
quero acordar ao odor da mata molhada
depois da brisa e da névoa gelada
quero cheirar a bambu e jasmim
até o uirapuru cantar prá mim.
Meu Brasil, quero lhe pedir perdão
pelas venenosas plantações
pelo lixo e pelo luxo que invade teus concretos e paredões
por toda violência e falta de humanização
Amazônia, quero lhe pedir perdão
pelo sistema desvairado enriquecido por cifrão
por toda poluição que afeta teu pulmão
por toda a cegueira causada pelos mestres da corrupção.