Até Que a Eternidade se Acabe
Meus olhos passaram e o tempo observou a vida...sempre há um espetáculo detalhado na generalização do nosso viver. Meu tempo existe para observar os olhos, enquanto os meus olhos existem para passar, hei de passar, mas já a um ano sou um pouco mais eterno...quando eu me for, ainda estarei aqui, plantado neste chão...hei de continuar a ser livre, até que a eternidade se acabe. Não reclamem se eu ainda incomodar, se falar, se gritar, se esbravejar, se não me conformar mesmo após minha partida. Conformem-se com a inevitável e redundante afirmação: existirei até que o tempo deixe de observar a vida, ou até que meus olhos deixem de passar...sobre a Terra. Estender-me não era meus planos, mas os planos são independentes, provaram-me que não os tenho, que nunca os tive: os planos tinham outros planos para mim, me fizeram renascer noutros olhos, que também vai passar, mas não sem antes observar... observar a vida. Se da observação sobrevieram abruptamente um ato de violenta mudança, mesmo após eu ter partido, a razão será evidente: eu ainda estarei aqui, noutros olhos, noutra boca, noutra força, noutra vida, que será eterna, até que a eternidade se acabe.
Homenagem a Jade Luiza, que completa um ano nesta data.
25/08/2017