O AMOR QUANDO ACONTECE IGNORA TEMPO E LUGAR
Os ponteiros do relógio param
O barco permanece no cais
O fator tempo deixa de existir
A moça fica inerte feito uma estátua
Os lábios violetas entreabertos
A mão espalmada do amante amainando sua face
A volúpia ascende feito fogueira
As vagas ruidosas cobrem seus pés
A areia escorrega levemente
Os seios túmidos, o baixo-ventre arfante
As vestes encharcadas
Corpos anexados
O amor borbulha dentro deles
O barco sacudido na doca
Uma alcova em pleno porto
O amor acontece.