ausências

Minha mão já não segura a tua

meus olhos já não olham os teus

seguro a dor e fito o horizonte.

Não partilhamos mais a cozinha

nem qualquer outro espaço da casa

na dissimulação dos sorrisos, disfarço a tua falta....

Me desfaço pra tentar ser diferente, nova

e no pretexto da indiferença que finjo ter

a esperança tola do teu toque, teu olhar.

Orgulho meu. Covardia sua. Erro nosso.

No desenrolar do tempo

vamos preenchendo nossas ausências

com novos tempos, novos rostos e mãos

mas o coração....Nele a ausência permanece

perdura...o coração sempre volta ao seu lugar de origem.

Vivo de ausências, pois, me recuso a ter você pela metade

não queria sentir, mas, sinto. Finjo que não.

Talvez esta meia indiferença me faça inteira de novo.

Tatiane Pereira dos Santos
Enviado por Tatiane Pereira dos Santos em 20/08/2017
Reeditado em 20/08/2017
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