ausências
Minha mão já não segura a tua
meus olhos já não olham os teus
seguro a dor e fito o horizonte.
Não partilhamos mais a cozinha
nem qualquer outro espaço da casa
na dissimulação dos sorrisos, disfarço a tua falta....
Me desfaço pra tentar ser diferente, nova
e no pretexto da indiferença que finjo ter
a esperança tola do teu toque, teu olhar.
Orgulho meu. Covardia sua. Erro nosso.
No desenrolar do tempo
vamos preenchendo nossas ausências
com novos tempos, novos rostos e mãos
mas o coração....Nele a ausência permanece
perdura...o coração sempre volta ao seu lugar de origem.
Vivo de ausências, pois, me recuso a ter você pela metade
não queria sentir, mas, sinto. Finjo que não.
Talvez esta meia indiferença me faça inteira de novo.