Ninguém sentado à mesa ou à cama
O mundo oferece o amor, mas os homens insistem em arrancar-lhe apenas a química e transformá-la. Mais tarde, oferecem-na de novo, perigosa ao próprio mundo.
As crianças minguam na noite a todo instante,
se consomem na maior podridão da propaganda,
na maior solidão do inconsciente. Os homens são máquinas incontroláveis à mercê de um colapso metálico e pegajoso;
à beira de um abismo alucinante e profundamente químico e devastador. Todos os gritos são necessários, mas se acontecem, são calados abruptamente pelas ligações poderosas.
E o mundo sente-se ferido, pisoteado, a terra marcada a ferro,
mãos e mentes... O espaço se completa em crimes;
o feio e o bonito são assassinados;
os poemas já não são mais, as crianças se perderam,
as mães nunca mais...
O mundo oferece o amor e ninguém sentado à mesa ou à cama.