A Exclusão que Recruta

Enquanto nas ruas andamos

buscando no meio o que tanto sonhamos;

Enquanto perseverantes lutamos

Correndo, brigando, denunciando

Em canto anunciamos a esperança.

Irritados pelo descalabro,

Vis criaturas expelem em face porosa

O póstero domínio cantado

Em prosa e ladro.

Nas sombras uma besta nos espreita,

Nos assola, diminui, desrespeita.

Brinda-nos com açoites e enfeites,

Revelam escárnios empedernidos em meio

A fetiches de fera feito quimera.

Falemos e ele, o recrutador das trevas

Que ao novo entreva e o velho conserva:

O futuro para ti não se revela,

A morte castra a carne do tempo,

Mas a história testemunhará

A vida em obra

Dos que lutam pela liberdade.

Paulo de Andrade

PauloAndrade
Enviado por PauloAndrade em 16/08/2017
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