MEGALOMANIA

Cansei de segurar, soltei o mundo que imediatamente rodopiou no firmamento, como uma pandorga solta ao vento, singrando o céu e rodopiando a rabiola, em movimentos uniformes e frenéticos.

E eu, cansado, sentei-me à sombra de um Sinamon, com pensamentos herméticos.

Do que me adianta ter o mundo em minha mão, se a estrela que me importa brilha em outras dimensões e compõe o colchão luzente de outras constelações?

Enquanto cismava sozinho, cansado de tanta lida, o vento tocou o galho, me jogando uma bolinha, tão pequena em minhas mãos, tão delicada e tão minha.

Que novamente refleti na dimensão dos problemas.

Até que enfim entendi, que a vida tem seus dilemas.

Tinha o direito de ir aquela que eu tanto amava.

O mundo eu não segurava, ele é quem me prendia.

E o mundo não se perdeu, pelo infortúnio meu...

Somente eu te perdia.

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 06/08/2017
Reeditado em 30/12/2019
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