Intimidade IV
Intimidade IV
Com toda esta imensidão exposta, meu olhar saiu dos livros, dos conceitos, dos sugestionamentos que indicavam o caminho do coração.
Passei usar a imaginação, a apreciação, a contemplação, com fim de buscar amiúde os motivos do porquê da engenhoca da criação existir à partir de tanta instabilidade... encontrei a Supremacia de uma vontade velada sobre o mal... de que a vida tem que continuar seu curso.
Caio sempre na arapuca, o espetáculo acontecendo no espaço com delimitação às escuras, cheio de energia, “invisível aos olhos”, que os cientistas da nossa era nominam de Vácuo Quântico, Bóson de Higgs.
O passarinho que canta, a beleza masculina que passa em frente aos meus olhos, a preciosa existência humana no andar de uma criança, nos passos da bela senhora arrogante, do encanto que irradia do sorriso de um velho., vejo Deus. O "Tao" expresso há muito tempo pelo chinês em versos e poesias, o Verbo da Bíblia dos Cristãos...Khisna dos Indianos.
Sem contar que esse elixir de sabor e cheiro indizível, inatingível para meus sentidos físicos neste corpo humano que alimento a conta gota pela via do coração, traz significação amorosa para ida, abrindo fonte da paciência e compaixão aqui dentro, remédio que tenho ingerido para desenvolver a aceitação e a compaixão em relação a michorna que a vida humana se tornou. Tudo! Por conta de termos, como humanidade, voluntariamente ou induzidos pelo entorno, corrompido, fragmentado, perdendo o acesso com esta fonte primeira.
Releio as máximas que na cegueira da visão passou batido aos meus olhos nas primeiras décadas de vida, o conselho sacro deixado pelo Mestre: “Amai a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a Ti mesmo”.
Faltava o “Me amar”, condição oculta do ensinamento, que somente encontrou motivação indo de bracos abertos para tudo isto, nas profundezas vejo o fio da meada.
Sigo com o fio as mãos, para tecer.